Para fechar o ano em grande estilo o “Domingão com Huck” realizou a premiação dos melhores do ano na TV, com direito a categoria Melhor Música do Ano. O programa com a revelação dos ganhadores e entrega do Troféu foi ao ar no domingo, 17 de dezembro e mostrou que o evento passa bem longe do Oscar e do Emmy
Por que digo isso? Porque foi muito melhor! Para nós brasileiros, um povo emotivo e encantado pela televisão, rever grandes artistas reunidos numa grande festa e falando sobre seus trabalhos é algo sensacional.
Neste ano de 2023 Luciano Huck construiu uma grande história na TV. Seu programa se estruturou com quadros vibrantes, reportagens bem produzidas para abordar temas importantes, musicais vibrantes e, acima de tudo, um apresentador maduro e confiante que mostra um cativante carisma que vem se lapidando em seus longos anos de televisão.
Por que falar de Oscar e Emmy?
Enquanto somos obrigados a engolir as piadinhas sem graça da entrega do Oscar, Huck e sua equipe têm nas mãos um Paulo Vieira impagável, com suas tiradas originais. A sensação que se tem ao assistir os seus programas e participações é que o rapaz respira humor 24 horas por dia. E faz isso com uma naturalidade invejável. É simplesmente delicioso ver Paulo Vieira na tv, seja como repórter, humorista, apresentador de game show.
Vieira faz piada com tudo, até mesmo as insinuações que a Globo vive uma fase de falência. Aliás, sobre esse assunto, embora os mais ferinos insistam em pregar a derrocada da emissora, só tenho uma coisa a dizer: se a Globo estivesse mesmo pra falir seria bom as demais emissoras já começarem a apagar a luz e fechar as portas, porque estaríamos diante do holocausto da TV brasileira.
Vale aqui uma outra consideração: emissoras que mal conseguem 1 ponto de audiência pregam essa derrocada global a plenos pulmões. Alguém acha isso coerente? Falam em demissões, queda do padrão nos serviços de camarim que antigamente ostentavam bufes nababescos nos camarins e tudo mais.
Esse tipo de crítica esbarra na ignorância de que os tempos mudaram e realmente é necessário mudar as regras do jogo, seja com contratados, seja com suntuosidades desnecessárias. O que vale reconhecer é que o padrão da teledramaturgia e das demais produções não caiu, ao contrário, se modernizou e realmente merece reconhecimento.
Voltando ao “Melhores do Ano”, fechar a premiação com uma apresentação de Ney Matogrosso ao vivo indica maturidade e elegância. Ney dispensa comentários, elogios, seja lá o que for. Ele é único e ponto final.
Moral da história: Luciano Huck e sua produção fizeram a televisão brasileira e os finais de tarde dos domingos muito mais interessantes. Enquanto outras emissoras seguem vivendo do passado e investindo nos moldes dos antigos programas de auditório, eles inovaram e demonstram que seguirão nessa toada, confiantes da qualidade e da importância do seu trabalho, num país onde a televisão aberta ainda representa o mais acessível passatempo das famílias.
Um esclarecimento necessário. Não estou renegando, nem diminuindo a grande importância da TV dos anos 80, 90… Nomes como Gugu, Faustão, Hebe, Chacrinha e outros sempre serão referência para telespectadores e apresentadores. A questão é que os tempos mudaram e o desafio é inovar, entreter, retratar os novos tempos. Quem souber fazer isso irá longe, bem mais longe. E estamos prontos e ansiosos para ver e aplaudir.
Fonte: Ofuxico.com
Foto: Globo/João Cotta