Bruna Marquezine: ‘Eu emagreci da forma mais saudável possível’

Bruna Marquezine em um bate-papo sincero sobre moda e a relação com o corpo: “Acredito no equilíbrio”
Em entrevista exclusiva à Vogue, a atriz fala da sua forte relação com o universo fashion, relembra o seu momento mais incrível na moda e comenta as mudanças do corpo

Assistida na televisão desde a infância, Bruna Marquezine é também acompanhada nas redes sociais, especialmente no Instagram, onde acumula 38,6 milhões de seguidores. A atriz influencia e inspira seus seguidores pelos looks fashionistas e compartilha suas experiências no universo fashion – que vão desde campanhas a semanas de moda internacionais. O que ela mais ama sobre trabalhar neste meio? “Poder me ver de diferentes formas, experimentar e ousar”.

Mas ela não gosta de definir seu estilo: “Não me limito muito. Depende de cada ocasião. Sou mais urbana no dia a dia, mas quando vou à praia ou estou em contato com a natureza, tenho outro estilo”, diz ela, que estrela as fotos do inverno 2020 da Colcci. “E realmente gosto de experimentar coisas novas. Minha profissão me permite me ver em várias versões.”

No bate-papo, ela falou ainda sobre mais um tema: a mudança do seu corpo, que tem gerado comentários de que ela está excessivamente magra. “Sim, estou mais magra. Emagreci da forma mais saudável possível, faço exames semestralmente – amo fazer exames, inclusive.” A seguir, leia a entrevista completa.

Você tem uma relação muito forte com a moda hoje. Qual é a parte que você mais gosta de trabalhar nesse universo?
Bruna Marquezine: Na verdade, não gosto apenas de uma parte: provar! (risos). Apesar de amar muito ver uma arara cheia de opções, pesquisar e fazer pastinhas de referências e inspirações. Hoje eu me divirto muito com a moda, mas antes enxergava como um fardo, uma obrigação e consequência do meu trabalho. O dia que eu entendi como uma ferramenta de autoconhecimento muita coisa mudou para mim e, desde então, sou apaixonada por moda. O que eu mais gosto é poder me ver de diferentes formas, experimentar e ousar. Celebro muito esse movimento que vem acontecendo na moda nos últimos anos, de ser mais acessível, para todos, porque antes existiam muitas regras.

Quem é uma inspiração para você na moda e por quê?
Eu amo e admiro muito a Zendaya – tanto como atriz como ícone fashion. Acompanho ela desde sempre. Me identifico pelo estilo mais básico no dia a dia, mas para as premières e red carpets ela se permite ousar. Amo a Rihanna, adoro o estilo da minha amiga Manu Gavassi, que me apresentou a dupla de DJs gêmeas Simi & Haze, que também adoro. Acho o máximo como a Manu é criativa nos seus looks, montando produções zero óbvias. E gosto muito do street style da Hailey Bieber. 

Qual foi o momento mais incrível que você teve na moda?
Difícil dizer, mas acho que a capa da Vogue Portugal. Fiquei muito feliz com o convite e a experiencia foi incrível! Guardo um carinho enorme pelo fotógrafo (Branislav Simoncik), que foi alguém que me olhou sem julgamentos, enquanto eu estava me julgando horrores. A sensação de chegar em um set com um fotógrafo que não tem a menor ideia de quem você é… Ele já tinha visto alguns materiais meus como “modelo” – falo entre aspas porque nunca me considerei modelo. Campanhas, editoriais e capas de revista sempre foram consequências do meu trabalho. No set, só conseguia pensar que em algum momento ele falaria que eu não era modelo, era farsa, e estava enganando todo mundo (risos). Fotografamos a Vogue Portugal e GQ Portugal e peguei gosto. Poder ser um personagem por algumas horas do seu dia é muito legal! É uma das capas que mais amo.

Você é muito consumista? Já chegou a ponto de cometer uma loucura de consumo? 
Sim, e não me orgulho disso nem um pouco. Busco cada vez mais encontrar formas de um consumo mais consciente e equilibrado, até porque não gosto de me sentir refém da moda, de precisar sempre usar os últimos lançamentos. Amo brechós, roupas vintage e tento ao máximo não agredir tanto o nosso planeta. Aplaudi de pé a atitude de alguns artistas no Oscar repetindo roupas.

Qual é sua peça-preferida do inverno 2020 da Colcci?
Amo a parte de alfaiataria, acho muito chique e moderna. Adoro os vestidos bordados e as peças de couro. Foi complicado escolher o que fotografar, porque eu gostava de tudo!

Você está estreando no seu primeiro filme, “Vou Nadar Até Você”. Seu sonho é seguir carreira no cinema? Pretende tentar o internacional também?
Estou muito feliz com a estreia desse filme! Meu sonho é continuar atuando, ser atriz até ficar velhinha. Não vejo minha carreira fragmentada em fases ou tipo de obras. Ao me sentir desafiada e encantada, eu vou trabalhar.

O seu corpo mudou e você tem sido alvo de comentários sobre estar muito magra… Como foi esse processo?
Eu nem rebato mais [os comentários], até porque não é nenhuma novidade. Eu não entendo como as pessoas têm paciência de consumir tanto do mesmo assunto. Há alguns anos eu passei por uma depressão, tive distúrbio de imagem, de alimentação, fui muito cruel com meu corpo e comigo mesma. Também sofria críticas sobre meu físico, mas não foi isso que desencadeou esse quadro. Vários fatores que foram me levando a depressão e o principal era que eu não estava bem comigo mesma – não só esteticamente. Eu não estava me cuidando do jeito que eu deveria.
Foi quando encontrei meu médico/terapeuta/amigo/conselheiro. Ele enxergou o que eu estava fazendo de errado, tanto na alimentação, como na questão do estresse, hormônios etc. Fui me cuidando e ficando saudável. Logo depois, interpretei uma vilã. Meu corpo é meu instrumento de trabalho, e eu decidi que gostaria de emagrecer para o papel. Foi uma decisão que tomei sozinha. Sim, estou mais magra. E não perdi uma quantidade absurda de peso. Não deixo de comer o que eu quero, hoje mesmo pedi para a minha mãe fazer couscous amarelo, cheio de leite e açúcar. (risos). E é uma hipocrisia as pessoas usarem como desculpa o argumento da preocupação com a pessoa que está muito magra. O que é não estar aparentemente saudável?

Como é a sua relação com o seu corpo hoje?
Busco ter uma relação de paz e amor. Acredito no equilíbrio em geral. O principal objetivo é sempre cuidar da saúde e depois da aparência. Não vejo problema em buscarmos a nossa melhor versão desde que sua prioridade seja saúde. Eu enxergo a beleza como um estado de espírito. As pessoas mais atraentes que eu conheci não faziam parte do padrão imposto pela sociedade: elas tinham amor próprio.

Quem te acompanha nas redes sociais sabe que você está viciada no BBB. Se a Manu Gavassi saísse, para quem você torceria?
Nunca imaginei que estaria viciada em BBB. Graças à minha amiga querida, Manu, viciei (risos). Difícil torcer para um só, porque tudo muda o tempo inteiro. O programa tem uma dinâmica de criar ocasiões e momentos para que eles entrem em conflito. Só o fato deles estarem confinados já é completamente estressante. Deve ser muito difícil não ter contato com o mundo externo e com sua rede de apoio. Você perde o acesso à sua privacidade, por isso acho todos muito corajosos de estarem lá. Tirando a Manu, minha torcida é para a Thelma, por ser uma pessoa muito coerente, uma mulher batalhadora. Também admiro muito a Marcela profissionalmente e compartilho dos ideais e princípios dela, e adoro a Rafa. Enfim… torço muito por todos.